sábado, 15 de outubro de 2011

Mochilão

Mochilão é como muitos intercambistas chamam a viagem baixo custo de uma cidade a outra por um período de alguns dias ininterruptos. Baixo custo porque geralmente é um passeio feito por estudantes, que se hospedam em hostels ou albergues e optam por companhias aéreas baratas ou pacotes de trem. 
Precisei de uma dose extra de coragem para fazer sozinha o meu mochilão de 15 dias. E foi ótimo que o tenha feito assim. Foi uma oportunidade de superação e quando terminou eu era uma pessoa muito mais confiante e segura. Fiz vários amigos ao longo do caminho, conheci outras pessoas viajando sozinhas e tive liberdade para fazer tudo no meu tempo. Recomendo a todos partirem sozinhos para algum lugar desconhecido alguma vez na vida.

Exceto os trechos de Dublin para o continente e vice-versa, fiz o mochilão de trem. Apesar de mais caro devido a minha idade (depois de 26 anos o pacote encarece quase €100), viajar de trem tem muitas vantagens, como o conforto, a paisagem, não precisa de transfer porque as estações ficam bem no centro turístico da maioria das cidades.


E viajar no verão tem a vantagem de não precisar encher a mochila com casacos e blusas pesadas. Os dias são mais longos e pode-se aproveitar os passeios até tarde, sem ficar com os pés congelados na neve. Só que na alta temporada alguns serviços e produtos podem ficar mais caros e anda-se junto com uma enxurrada de turistas. O que, em algumas cidades turísticas, não muda em nenhuma época do ano. 

Pisa

Pisa é pequena e pode ser visitada em uma tarde, ou em uma manhã, como eu fiz. O aeroporto fica bem próximo do centro, mas como cheguei depois das 23h, peguei um táxi, com um taxista super simpático que batia papo num Inglês melhor que o meu. A torre é mais torta do que eu imaginava e em volta dela estavam grupos de camelôs africanos vendendo chapeis e tudo mais o que era necessário para enfrentar os 36ºC do verão italiano. Eles gostam e esperam que você pechinche, por isso o primeiro valor que dão aos produtos é bem mais alto do que o valor pelo qual vendem. 
Os mercados estão cheios de massas e laticínios. E sabe a história sobre o povo italiano falar bem alto e gesticulando? É tudo verdade!
A cidade é cheia de "nonas" de cabelo branco andando de bicicleta. 
 
O sorvete italiano é muuuito bom e disponível numa variedade enorme de sabores.
A estação de trem fica bem no centro.


Roma

Apesar da disponibilidade de transporte, recomendo caminhar por Roma. Tem História pra todo lado e em cada quadra você se depara com ruínas e fragmentos do passado. Com um mapa em mãos, é muito fácil se localizar, apesar do tamanho da cidade. E os romanos são gentis e acostumados a ajudar os turistas.
É proibida a entrada no Vaticano de pessoas usando blusas sem mangas e saias ou shorts acima dos joelhos. Mesmo num dia de quase 40ºC e depois de ter ficado mais de hora e meia na fila ao meio dia (o que me rendeu uma queimadura de sol e tanto), fui barrada por não estar com uma blusa adequada. Já estava indo embora quando lembrei que dentro da bolsa levava a capa de chuva. Outra opção é comprar lenços e echarpes em alguma das muitas bancas de vendas ao redor da Praça de São Pedro, e usar sobre os ombros ou simulando uma saia longa... Essa foi a saída de muitos turistas naquele dia. 
Uma das imagens mais impressionantes da minha viagem : O Coliseu




Veneza

Com seus canais e ruelas cheias de pontes e escadarias, Veneza é uma cidade única, com atmosfera e charme especiais.
Os dois principais pontos turísticos são a Ponte Rialto e a Praça San Marco. Apesar de fácil de se perder nas ruas que muitas vezes parecem labirintos, Veneza é bem sinalizada.
Praça San Marco


Todo transporte é feito com barcos. Polícia, ambulância, táxi e carregamento de produtos para hotéis e restaurantes.
Vale a pena uma visita à Ilha de Murano, famosa pelo artesanato em vidro. Tão bonita quanto Veneza, a pequena ilha é menos concorrida pelos turistas.


Paris

Se for a Paris de trem, evite chegar à noite. Não senti muita segurança nas estações de metrô ou para andar na rua depois das 23h.
Vista do segundo andar da Torre Eifel




O Palácio de Versalhes é uma visita para um dia inteiro

Amsterdã
Sempre tem fila pra entrar na Casa da Anne Frank, como em qualquer lugar turístico concorrido. Apesar de não ter os móveis (o que permite que tenha espaço para os turistas passarem), é emocionante estar ali onde as duas famílias viveram dois anos escondidas. E poder ver o diário e os cadernos em que ela escrevia... Vale a pena assistir o filme antes de visitar o museu.

Bruges (ou Brugge)
 
Se “In Bruges” foi um daqueles filmes encomendados para fomentar o turismo, só posso dizer que a produção atingiu seu objetivo. Pelo menos comigo! Desde que vi o filme eu queria visitar a cidade. A história não é lá essas coisas, mas qualquer trama tendo como cenário a medieval Bruges é um sucesso.
Sábado de manhã tem um mercado livre cheio de bancas que vendem muito mais doces do que salgados. Aliás, parece que lá só comem doce. É difícil achar uma empada, um quiche...
Não importa se você chegou primeiro. Vai ter que esperar e será atendido somente depois de todos os moradores que tenham decidido comprar na mesma banca... Afinal, primeiro os clientes que falam francês e provavelmente voltarão a comprar. Os turistas são clientes passageiros e ficam pra depois!
Apesar de ter alguns museus, como o do chocolate (cuja produção é famosa na Bélgica) e da batata frita (comida típica da cidade), o melhor para se fazer em Bruges é mesmo contemplar a beleza da cidade que parece que ficou parada no tempo. Num tempo bem distante.
De tão bonitinha, Bruges não parece uma cidade real, com pessoas realmente morando lá. Super pequena, parece mais uma cidade cenográfica, onde cada detalhe foi cuidadosamente planejado.
Um grupo de capoeiristas brazucas estava se apresentando na praça principal. 
Tive a sensação de que em Bruges todos os moradores tem um cachorro. E os peludos são muito bem tratados!







Bruxelas